quinta-feira, 26 de junho de 2014

Rede de Intrigas

No meu último texto fui duro com o candidato Romário. Ele acabara de aderir ao petismo, aceitando a coligação do PSB, seu partido, com o PT. Virara cabo eleitoral do nefasto Lindbergh, o lindinho do PT. 

Recebi hoje informações de fonte segura ligada à campanha do Romário. Essa fonte confidenciou-me algumas coisas fazendo com que eu entendesse os motivos e as armações que fizeram Romário ceder a essa coligação nefasta. Sim, o termo é ceder e não aceitar. Desde já, pelo excesso nas críticas - coisa de quem sabia das verdades políticas pela metade - peço desculpas não só a Romário como a seus verdadeiros partidários. 


A cara do constrangimento
Aos fatos: desde que voltou ao PSB, no final de setembro de 2013, Romário recebeu a promessa que comandaria o partido no Rio de Janeiro, sem ingerências. Ele pretendia modernizar as bases partidárias, sobretudo nos diretórios provisórios. No entanto, de outubro do mesmo ano em diante passou a sentir que dentro do PSB havia resistências enormes. Talvez até sabotagem. 

Não deu outra, no começo de 2014, através de membros do diretório estadual, a ingerência nos atos de Romário se desnudou e as hostes sabiam que Romário reinava, só não mandava, ainda que o nome do ex-craque tenha sido a pré-indicação do partido para o Senado. Chegou ao ponto de um membro da executiva ter usado o nome dele - e talvez outras coisas - o que fez o baixinho perder a cabeça e pensar várias coisas. Entre bater no sujeitinho e desistir da candidatura, o que deixaria seus eleitores e seus projetos órfãos, Romário preferiu se aquetar, esperando o desfecho da história. Pouco podia fazer. Era um homem ameaçado de sequer ter plataforma partidária pelo seu próprio partido. 

Veio a Copa. Romário, um crítico justo e correto dela se viu, de novo, cercado de zagueiros maiores que ele e violentos. Não havia juiz para coibir a pancadaria. A ordem era simples. Para deter o que nos intramuros do PSB chamam de domínio da família Picciani e avanço da direita (sic), Romário aceitaria o apoio de Lindbergh e do PT. Era isso ou nada. 

O que vai acima é apuração. Não a jornalística, mas a minha, a de um diletante. 

Pode-se argumentar que era melhor não aceitar a chicana e ficar de fora do jogo político, mantendo o nome impoluto. É verdade. Talvez realmente fosse o melhor. 
Mas e o que Romário defende? Ficaria sem voz e sem candidato? E os deficientes, que Romário representa com grandeza? Ficariam mais uma vez sem quem pense neles no legislativo? E o Romário? Merece ficar sem mandado? Há gente muito melhor que ele na política? 

Perguntas relevantes; respostas particulares. Não sei o que farei. Estou ainda desapontado, para dizer o mínimo. Minha fonte no PSB, tão crítica do PT quanto eu, me disse o que queria ouvir: Gabriel, uma coisa é concorrer com eles; outra coisa é ser um deles. Espero que não sejam mesmo. Política é isso. 

As movimentações partidárias nesse período de Copa, na verdade, são um grande tapa na cara dos trouxas, muitos metidos a entendidos de borra nenhuma, que desde de junho do ano passado diziam que o jeito de fazer política iria mudar. Nem as pessoas e nem as tramoias mudam. Nunca mudam, parafraseando o Dr. House. 

Agora podem se dirigir a cabine de votação mais próxima, trouxas. 

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4 comentários:

Anônimo disse...

Romário não precisa do PSB para dar continuidade ao seu trabalho com os deficientes, já que em outros partidos há parlamentares que labutam na mesma seara.

E, do alto da minha "leiguidão" (prometo que quando descobrir a palavra adequada, usarei) em política prática, continuo achando que não é caso de supor inocência de Romário.

Anônimo disse...

Tô com pobreza de fratulença... o que eu tomo?

Gabriel Amaral disse...

O de sempre, seu merdinha covarde.

Odie Mills disse...

Gabriel, independente do quão nobres (ainda que extremamente discutíveis) possam ser os motivos que levaram Romário a assinar um pacto com o lado negro (vermelho, na verdade) da força, não vejo aí o problema. O grande problema está no nível macro da política nacional.

Não é a coligação. É a NECESSIDADE de coligação. Não é o compadrio, o toma-lá-dá-cá e o tráfico de influências, é o fato de essas serem questões MUITO mais importantes para nossa política do que as ideias, os pensamentos e direcionamentos que cada candidato defende ou diz defender. Penso que um dos grandes defeitos do brasileiro é a mania de pensar automaticamente "ah, sempre foi assim, não tem jeito, não vai mudar". Isso é derrotismo do pior tipo, é abrir as pernas pro estupro e ainda dizer "relaxa e goza", porque é assim mesmo!

Por esse motivo, deixei de considerar em dar meu voto pro Romário. Não quero apoiar gente que segue a correnteza de chorume. É esse tipo de pensamento político que faz com que as tão sonhadas reformas nunca saiam do papel. Com essa atitude, bem intencionado ou não, Romário mostrou ser apenas uma peça, e pior... uma peça que se conforma em fazer parte desse jogo tão errado da política nacional.